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quinta-feira, 23 de abril de 2009

Poesia(s)

Perco-me vezes sem conta no teu sorriso, nesse pedaço de ti que já sinto meu. Confundo-te agora com aquele pôr do sol e com o sabor a tangerina do teu gelado. Sinto a mesma brisa e o mesmo calor de fim de tarde que senti contigo. Por momentos, aquele pedaço de muro de onde espreitámos a cidade, foi o centro do mundo. Ouço ainda as tuas tagarelices, cortadas aqui e ali com alguns versos de poesia que fomos trocando. Ecoa ainda a poesia do Torga que descobrimos juntos e, entre beijos, fomos declamando.

Porque o amor é simples,
Vale a pena colhê-lo.
Nasce em qualquer degredo,
Cria-se em qualquer chão.
Anda, não tenhas medo!
Não deixes sem amor o coração!

(Torga, Diário III, 1945)


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