Um prolongado silêncio em
Para-lá-do-mundo. Como se a rotação tivesse finalmente parado, como se o rio
tivesse finalmente desaguado, como se o mundo tivesse sido circunavegado e
fosse possível voltar ao lugar primeiro. Todos sabemos que não. O mundo é plano
e o caminho sempre contínuo. Tanto tempo depois, uma paragem de banal
tranquilidade em Para-lá-do-mundo, esse ermo de segurança, presença constante
no caminho. Como nas aventuras, é a imagem do porto seguro que nos deixa
avançar e, curiosamente, é a âncora que deixamos que nos permite navegar. Há
amarras que nos levam longe. Assim é Para-lá-do-mundo. Sem razão aparente. Sem
necesidade de justificar tanta ausência e tanto silêncio, mas com mesmo
conforto de sempre. E que bom que é!
quarta-feira, 22 de abril de 2020
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