Vemo-nos por aí...

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Brincadeiras

      "E depois pensei para comigo: "Sabes, o que eles pensam de ti é tão fantástico que te é impossível corresponder e nem tens disso obrigação!"
      Era uma ideia brilhante: não temos obrigação de corresponder ao que os outros esperam de nós. É um erro deles, e não uma falha nossa."
Para-lá-do-mundo, perdido na página 170 das histórias do amigo Richard, em "Está a brincar Sr. Feynman!". 

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Do (meu) mundo!



Ah, o mundo, o mundo! Essa coisa que todos dizem ser redonda, circular, fazendo-me crer que as partidas têm sempre retorno. Que às montanhas se seguem as montanhas, e depois planícies imensas que desaguam num qualquer mar. Fazem-me crer que os mares se transpõem, onda a onda, e que seguindo em frente se torna ao ponte partida. 

Ah, o mundo, o mundo! Essa coisa que todos dizem ser assim,  fazendo-me crer que não é possível fazer diferente. Que as utopias são apenas literárias, sonhos e divagações, exercícios de reflexão inconsequentes. Fazem-me crer que o esforço é inglório e que a verticalidade é o refúgio dos fracos.

Ah, o mundo, o mundo! Essa coisa que todos dizem passageira, fazendo-me crer que o carpe diem é a inconsequente fruição dos sentidos. Que o hedonismo é a coroa do sucesso e da conquista. Fazem-me crer  que não é possível cumprir Galeano e ligar o cérebro às tripas, esse ideal grego de corpo e mente. 

Ah, o mundo, o mundo! Essa coisa que todos dizem ser de ninguém, fazendo-me crer que não o posso também reclamar como meu. Que ser inconformado é ser reaccionário e estar incomodado é medo do futuro. Fazem-me crer devo seguir o rebanho, e sentir o conforto da maioria.

Não acredito. Não acredito. Não acredito. Não acredito. Não acredito.