Vemo-nos por aí...

domingo, 31 de maio de 2009

Sunday smile


Sobre o calor abrasador que espreito da secretária de todos os dias, no silêncio sepulcral típico das manhãs de domingo e de uma Universidade letárgica e dolente, aproveito a liberdade que a solidão permite. Estico as pernas na secretária, inclino a cadeira para trás e fico, assim, a espraiar-me no verde dos jardins. Deixo-me dormitar um pouco. Invade-me a moleza do tempo, que se confunde com o ritmo tranquilo de acordes soltos. Assaltam-me imagens tuas e voo com o destino certo de quem sabe onde te encontrar. Sorrio sem pensar, inconscientemente como diria o Pessoa, mas com saborosa consciência disso. Talvez seja isto o carpe diem, estes sorrisos de domingo onde te posso procurar e encontrar, para logo me voltar a perder e achar.


domingo, 17 de maio de 2009

Escuridão


Há noites assim, em que aquela angústia sem sentido nos oprime e nos tolhe. Há noites assim, em que a insónia é a mais certa companhia das horas do silêncio. Há noites assim, em que nem o cansaço e alguma debilidade física nos trazem, de mansinho, aquele sono profundo de miúdo. Há noites assim, em que mesmo dormindo continuamos despertos para o mundo que não esquecemos. Há noites assim, em que o coração bate intranquilo quando imagina que outro bater se pode ir calando.
É, há noites assim! Onde o teu abraço me faz mais falta, onde teu calor me aqueceria mais, em que o teu beijo me deixaria mais calmo, onde a tua presença me sossegaria.
Nestas noites assim, resta-me o silêncio de sempre, misturado no olhar perdido no horizonte de breu e nas reflexões que ainda consigo. Derivo entre o refúgio das palavras banais e o aconchego da caneca de leite. Talvez seja uma errada impressão, talvez mesmo a ilusão que a dúvida semeia. Talvez. Nem por isso a consigo evitar. Há noites assim!



sexta-feira, 15 de maio de 2009

Sim!


Magia!
Pura alegria
não ver o fim
no teu sim.

É magia, sim,
não haver fim,
nem início
nem qualquer outro precipício,
abismo de outros antes
agora distantes.

Distantes como fim
que não imaginamos,
que não criamos,
neste tempo, que já foi d’antes,
e é agora dos amantes!