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terça-feira, 17 de março de 2009

Maluquices

Cansado, esgotado de dias de muita pressão, de olheiras carregadas, na véspera de outras contas, resta-me apenas espaço e energia para algumas maluquices. Sozinho, numa universidade já deserta, num edifício onde devo ser a única coisa que ainda respira, esqueço as convenções e o formalismo. Esqueço até a rigidez que imponho e me imponho e, nas enormes colunas de som, projecto essa música caliente. Ouso até dançar um pouco e deixar sair a alegria pelos pequenos sucessos diários, agora que já cá não está ninguém para os partilhar. 
Mesmo que não existas, que não te encontre, que nunca mais te procure. Mesmo que tenha que ficar pelos sonhos, pelas telas que todos os dias reinvento. Mesmo assim, quando bater a porta daqui a pouco e fazer a caminhada diária até casa, não encontro, hoje como em tantos outros dias, razão para não sorrir. Afinal, continua ainda a fazer-me muito sentido a descrição que um dia, alguém, olhando-me com muita muita complacência, me fez: competência, trabalho e elegância na vida. Acho que hoje, ao ver-me naqueles devaneios, não teria dito ou mesmo. Pelo menos teria acrescentado: estupidez natural.

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