Vemo-nos por aí...

sexta-feira, 16 de maio de 2008

No caos a perfeição...


Perfeição caótica é talvez a mais estranha combinação que me surge. Polarmente distintas, procurando uma, renegando a outra, derivamos algures nos entremeios desse continuo sem fim.  Pressupomos, na inocência que não queremos perder, que encurtando a distância de uma afastamos progressivamente a outra. E se estivermos errados? E se esse continuo for circular? Se for redondo como todos dizem e acreditam que o mundo é? Ficaríamos presos então numa tira de Mobius, onde os dois pólos se unem e se diluem.

Perfeição caótica nada mais é do que o corolário do sentimento das quatro letras, o turbilhão de sensações que se mistura e confunde com a infalibilidade que se experimenta. Estranha agora? De maneira nenhuma...

Esse desejo de caos, de ebulição dos sentidos, é a certeza da perfeição, da tal perfeição que Platão considerava existir apenas na união das duas metades, na re-união do ser uno. 

E o que é tudo isto senão o arfar da própria natureza, sua respiração profunda e inaudível? E o que é a natureza, por todos considerada perfeita,  senão uma sucessão de fractais eternos, caos aparentemente aleatório?

Sem comentários: