Sinto muitas vezes o peso do mundo, essa força hercúlea que me lentifica o andar e que torna o caminho maior. Sinto-a, não sei muito bem explicar, desde a imemorialidade dos tempos conscientes. Hoje sinto-a no fundo, e nem nesse tímido luar, astro de breu e saudade, encontro o bálsamo de outros tempos.
Tento abstrair-me, pensar talvez em tempos idos, em sorrisos já vividos, em olhares já trocados. Impossível. A impotência retrospectiva é tão mais forte quanto mais a prospecção que faço de mim. Apenas o futuro me preenche, me absorve os sentidos e me prende as reflexões. E nele o vazio é toda a imensidão que se me depara. Olho em frente para nada ver e ténue, muito ténue, uma lágrima discreta marca-me o rosto.
2 comentários:
:(
O melhor do futuro, é a sua imensa imprevisibilade e a capacidade que ele tem de nos surpreender. Mesmo que por vezes nos pareça vazio, há sempre (sempre) esperança...
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