Por aí, onde tantas vezes me perdi, onde outras tantas te achei e onde algumas vezes, poucas, me viste, continuo a busca errante da terra prometida, paraíso de uns, martírio de outros, mas sempre, sempre, arrebatadoramente voraz.
Sinto muitas vezes o declive da montanha, esse desafio simples quando partilhado. Enquanto e não, vou dando pequenos passos furtivos, roubando com cautela um pouco mais de caminho, diminuindo aos poucos essa distancia sentida não sei de quê.
Olho ainda para trás, hesitante. Na força de um novo passo vou apagando as dores antigas que me perseguem. Paro, é noite. Acendo a lareira e enfim medito. Que mais sei eu fazer, afinal?
Labaredas de mil cores
que ardem na lareira
queimem as minhas dores
levem-me para a vossa beira
onde o rubro se transforma
na mais branca cinza
e pó voltando a ser
se iguala ao que me consome
chama morta
viva sombra
no coração que já não dorme!
Labaredas de mil cores
que ardem na lareira
queimem as minhas dores
levem-me para a vossa beira
onde o rubro se transforma
na mais branca cinza
e pó voltando a ser
se iguala ao que me consome
chama morta
viva sombra
no coração que já não dorme!
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