Há dias em que tudo parece parado. Nada parece sair da ponta da caneta, habituada já aos riscos abruptos de quem se arrepende do que escreveu. Procuro mais uma vez a inspiração nas fontes do costume. Impossível. Não há estrelas, não à Lua, o Sol anda escondido e nem a chuva é a sério. Apenas este cinzento da cor da minha alma que me torna quase invisível.
Sinto apenas o coração bater e, de mansinho, procuro a inspiração em ti. Em ti que te afastas a cada dia mesmo que nunca tenhas estado próximo. Impossível também. Foges esguio quando te lanço um olhar vivo. Ignoras quando te falo, limitando-te aos convencionalismos da simpatia e da educação. Como sabe a pouco…
Vejo-me novamente sozinho, eu que não deixei nunca de o estar. Hesitante entre a dúvida e a certeza de um não, preferi continuar a sonhar contigo. Como sempre, tive vontade de te dizer que estava ali, a pensar em ti. Pensei até no que escrever e sabia-te ainda acordado. Contive-me. Debati-me entre um sentimento que aos poucos vai despontando e a parte mais racional que sempre me domina. Há quem lhe chame outra coisa! A razão condenou a emoção a alguns suspiros e algumas lágrimas contidas que teimosamente segurei. Olhei pela janela. Começava a chover. A música do meu pequeno mundo tocava baixinho, sem fazer muitas perguntas.
Nada soube de ti também. Acordado, imaginei-te também a olhar pela janela. Ouvi alguns suspiros e percebi esse olhar perdido. Nada te perguntei, nada me disseste. E nesse espaço vazio que entre nós se vai cavando, contra o qual luto discretamente, percebi por quem vigiavas. Reduzi-me à minha insignificância e pus a música mais alto para não me ouvir.
Sinto apenas o coração bater e, de mansinho, procuro a inspiração em ti. Em ti que te afastas a cada dia mesmo que nunca tenhas estado próximo. Impossível também. Foges esguio quando te lanço um olhar vivo. Ignoras quando te falo, limitando-te aos convencionalismos da simpatia e da educação. Como sabe a pouco…
Vejo-me novamente sozinho, eu que não deixei nunca de o estar. Hesitante entre a dúvida e a certeza de um não, preferi continuar a sonhar contigo. Como sempre, tive vontade de te dizer que estava ali, a pensar em ti. Pensei até no que escrever e sabia-te ainda acordado. Contive-me. Debati-me entre um sentimento que aos poucos vai despontando e a parte mais racional que sempre me domina. Há quem lhe chame outra coisa! A razão condenou a emoção a alguns suspiros e algumas lágrimas contidas que teimosamente segurei. Olhei pela janela. Começava a chover. A música do meu pequeno mundo tocava baixinho, sem fazer muitas perguntas.
Nada soube de ti também. Acordado, imaginei-te também a olhar pela janela. Ouvi alguns suspiros e percebi esse olhar perdido. Nada te perguntei, nada me disseste. E nesse espaço vazio que entre nós se vai cavando, contra o qual luto discretamente, percebi por quem vigiavas. Reduzi-me à minha insignificância e pus a música mais alto para não me ouvir.
2 comentários:
Há dias. Dias em que a infame certeza da dúvida se transforma na incerteza de todos os males. Dias em que o mundo reza em sinfonia com um desespero vão.
Não existem estrelas? Existem. Estão para lá do mundo e ofuscam a escuridão.
Não existe Lua? Existe. Persegue a Terra, mesmo estando perdida no eterno vazio da razão.
E o Sol brilha. Mesmo quando envolvido em brumas de desencanto.
E ainda que a chuva chore, que relâmpagos gritem, que o mundo desabe, o Sol brilha. Brilha como uma vela que bruxuleia. Firme, mas incerta, no meio da escuridão.
E a luz não veio ao mundo para zombar das trevas, mas sim para iluminá-las...
Bem possível que o sol brilhe, que as estrelas existam, que a lua não se afaste da Terra. Mas como diria o grande filósofo George Berkeley, as coisas só existem quando percebidas. Hoje não sei de lua, nem sol, nem de estrelas. Espero num amanhã próximo tocar-lhes...
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