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quinta-feira, 13 de junho de 2013

Fracção de segundos

Leitor atento de Para-lá-do-mundo, há muito que não me dirijo a ti, perdido que ando nas poetices e filosofices dos suspiros e das lágrimas banais. Puro egocentrismo da paixão, essa irracionalidade que nos torna insensíveis aos apelos do mundo e, tantas vezes, aos nossos próprios apelos. Ainda assim, continuas, no conforto do anonimato a dirigir palavras simpáticas que interrompem os suspiros e as lágrimas e me fazem esboçar o sorriso do Gandalf que muitos me rotulam. Não há sabedoria possível, livros reais, teorias certeiras para gerir a torrente emocional das paixões. Apenas o tempo, lento, muito lento, vai aliviando o fardo e, porque não, as patetices a que me entrego e que tornam o mundo, o meu mundo, tão mais adorável e leve. Entre filosofices e patetices, cresce a saudade do futuro e o cheiro a Paris, que ficou para sempre gravado num estreita escadaria da invicta. Apertadinho, segurando as lágrimas, tento esquecer aquela fracção de segundo em que o mundo me pareceu eterno e, entre olhares e sorrisos, acreditei, piamente, numa nova aurora. E num medley de poesia, sussurrar:

A eternidade num segundo,
segundo por segundo,
acreditar que é todo meu o mundo,
porque há outro mundo...


O mio bambino caro - aus der Oper Gianni Schicchi by Filippa Giordano on Grooveshark

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