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domingo, 17 de maio de 2009

Escuridão


Há noites assim, em que aquela angústia sem sentido nos oprime e nos tolhe. Há noites assim, em que a insónia é a mais certa companhia das horas do silêncio. Há noites assim, em que nem o cansaço e alguma debilidade física nos trazem, de mansinho, aquele sono profundo de miúdo. Há noites assim, em que mesmo dormindo continuamos despertos para o mundo que não esquecemos. Há noites assim, em que o coração bate intranquilo quando imagina que outro bater se pode ir calando.
É, há noites assim! Onde o teu abraço me faz mais falta, onde teu calor me aqueceria mais, em que o teu beijo me deixaria mais calmo, onde a tua presença me sossegaria.
Nestas noites assim, resta-me o silêncio de sempre, misturado no olhar perdido no horizonte de breu e nas reflexões que ainda consigo. Derivo entre o refúgio das palavras banais e o aconchego da caneca de leite. Talvez seja uma errada impressão, talvez mesmo a ilusão que a dúvida semeia. Talvez. Nem por isso a consigo evitar. Há noites assim!



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