Vemo-nos por aí...

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Luar


Alta noite. Neste regresso a casa, sob um luar silencioso, ouço o bater que há muito não escutava. Procuro disfarçar o que a razão me diz não fazer sentido. Chego a esboçar uma música, mas a primeira que me ocorre acelera mais ainda o coração. Imagino mil momentos. Imagino o que talvez nunca aconteça. Paro, recomponho-me. Tento mais uma vez chamar a razão e conter os devaneios que me assaltam. E assim, sem me aperceber, apesar do frio gritante, fico praticamente parado, a olhar ti com aquele sorriso parvo de que sempre desconfiei. Pelo menos voltaste a falar comigo, pedaço de céu itinerante. Há muito que não o fazias. Nem me lembro de teres aparecido nos últimos meses. Talvez sempre aí tenhas estado, eu é que não tinha porque me perder a olhar para ti.

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