Fim de semana. Cansado, apago a última luz de um gabinete já deserto de gente e de barulho. Num último reflexo, abro a janela que ladeia a secretária e, de um fôlego, aspiro a frescura de uma noite que me abraça. Vejo-te espelhado num céu salpicado de pontinhos que se tornam mais e mais brilhantes quando esboço um sorriso. Sinto aquele aperto de dúvida, aquele arrepio de aventura, o medo risonho de quem hesita. De quem hesita entre o conforto de não arriscar e o risco de avançar, de te dar a mão e beijar. Por enquanto, como quando era menino, ficam os jogos de esconde-esconde, disfarçados na timidez dos olhares e das palavras.
1 comentário:
Anónimo
disse...
Há gente viva que dá menos sinal que gente defunta.
Presunção minha achar que chegaste. Achar que leste. Presunção minha achar que vale a pena. Nestas deambulações, nada mais te peço que a simpática benevolência que a imperfeição pressupõe e que a compreensão não dispensa . E apenas te pergunto, porque vieste?
1 comentário:
Há gente viva que dá menos sinal que gente defunta.
Acho que percebes.
Abraço! :)
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