Vemo-nos por aí...

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

(Entre) Sinais


Entre vivos e defuntos, entre os que se vão ficando e os que ficando já se foram. Não, não são paradoxos retóricos nem sentenças banais. São antes todos os sinais que não deixam esquecer, são os momentos em que se recorda, esperando isso mesmo, um sinal. Um sinal de ti.
É este o dilema eterno, aquele que nos coloca na encruzilhada da decisão, no ponto mágico da escolha e do início da aventura. Aquele em que se deixam os jogos de esconde-esconde dos olhares e das palavras e se avança, como Quixote, lutando loucamente contra os gigantes. Moinhos, repetem os sensatos. Não, gigantes.


Os meus olhos são uns olhos,
e é com esses olhos uns
que eu vejo no mundo escolhos,
onde outros, com outros olhos,
nao vêem escolhos nenhuns.

Quem diz escolhos, diz flores!
De tudo o mesmo se diz!
Onde uns vêem luto e dores,
uns outros descobrem cores
do mais formoso matiz.

Pelas ruas e estradas
onde passa tanta gente,
uns vêem pedras pisadas,
mas outros gnomos e fadas
num halo resplandecente!!

Inutil seguir vizinhos,
querer ser depois ou ser antes.
Cada um é seus caminhos!
Onde Sancho vê moinhos,
D.Quixote vê gigantes.

Vê moinhos? São moinhos!
Vê gigantes? São gigantes!
(Impressão digital, António Gedeão)

Sem comentários: