Vemo-nos por aí...

terça-feira, 24 de junho de 2008

Reflexo

Tanta ausência em Para-lá-do-mundo. Tantas palavras não ditas nestes dias de silêncio. As minhas desculpas leitor atento. Terá o meu mundo parado de girar? Perguntas tu, sem rodeios, mas com complacência. Não, não parou, embora às vezes o sinta estranhamente adormecido. Também não é o caso agora.
Sei o que pensas ao ler estes floreados introdutórias, filosofias baratas de quem receia o explícito. Já o disseste muitas outras vezes, repetes incessantemente essas palavras. Sim, eu sei, continuo com os rodeios e as metáforas de sempre. Continuo a proteger-me na subjectividade de tanto escrever sem nada dizer. Continuo refém do meu sorriso disfarçado, da postura polida e distante, da cordialidade da leveza dos gestos. Eu sei, eu sei, eu sei.
Por momentos queria ultrapassar-me. Uma vontade enorme de avançar, de arriscar, de ir em frente, de apostar tudo, de não hesitar. Talvez seja o desconhecido que me cative. Talvez seja. Talvez seja essa sensação de o saber existir.
Na sombra julgo distinguir esse rosto desconhecido, novo. Por instantes pequenos raios parecem querer iluminar Para-lá-do-mundo. Não sei. Possivelmente ilusão, certamente ilusão. Será, como noutros momentos findos, o reflexo do meu próprio desejo, da minha vontade de te encontrar...

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