Vemo-nos por aí...

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Será que te perco por aí?

Vagueio entre a sombra e a luz. Entre a lágrima escondia de ti e o sorriso de te sonhar. Cultivo ainda o desassossego que ontem me afligia e que me começa a abandonar, na ausência de saber de ti. Na ausência de tantas coisas possíveis, enumeradas por um amigo teu, recordaste ainda há bem pouco.

Espaço a espaço, deixo escapar um suspiro. Desvio por momentos o olhar dos afazeres diários e levanto-me para ir à janela. Acho sempre que te vou encontrar numa nuvem, num raio de sol, numa flor, no voo de uma ave, numa gota de orvalho, numa estrela cadente, num raio de luar. Quero crer que estás aí, por aí onde te perco antes mesmo de te encontrar.

Da janela de sotão que fica por cima da minha cama, esse outro cárcere voluntário onde às vezes me recolho, vejo-te lá em cima, numa daquelas estrelas todas. O luar reflecte-me no rosto e sinto-me iluminado. Assim também tu me verás, deitado naquele espaço pequenino onde, há vários anos, montei o meu mundo e me refugiei das boas gentes lá de baixo.

Começo a sonhar contigo! Ouço novamente gritos de insónia. Leves, é certo, mas acho que ainda não temos tempo para mais. Tenho um medo profundo de que se tornem audíveis porque, sei, nunca os ouvirás. Ficarei condenado a escutá-los sozinho nas longas noites da tua ausência.

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