Vemo-nos por aí...

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Continuarei aí, contigo...

Velei-te a noite toda. Senti o teu sono agitado que só a altas horas se acalmou. Puxei várias vezes os cobertores revoltos e, confesso, não resisti a tocar-te no rosto. Quando acordares, terei já regressado ao canto escuro do teu quarto e ali permanecerei até ao crepúsculo. Sigo-te de longe e asseguro-me que, mesmo vacilando, não arrepias caminho.
Vejo-te agora acordado, sentado na cama, e sinto que, embora mais calmo, continuas com o coração tão apertado como ontem. Novamente sinto o impulso para correr para ti e te abraçar, te passar as mãos pelos cabelos e, num ligeiro aceno de cabeça, te tranquilizar. Como ontem, deixo-me estar, esperando que percorras esse caminho teu e só teu.
Mesmo por perto, receio sempre que te sintas sozinho e, por isso, antes de regressar ao canto sombrio do teu quarto, coloquei este pedaço de céu na tua cabeceira para que, durante o dia, quando as lágrimas te correrem pelo rosto, o possas ouvir e, enfim, refugiares-te nele.
Hoje, não andarei por aí, porque continuarei aí, contigo, olhando-te daquele cantinho...

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