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sexta-feira, 7 de junho de 2013

Como um furacão

Sem mais, nem aviso. Como um furacão. Na tranquilidade dos dias banais, nessa doce melancolia de ver passar os dias, apareceste. Arrebatador, muito mais do que possas supor, muito mais do que consiga explicar. Sem mais, nem aviso. Como um furacão. Levaste tudo à frente, envolvendo com força as frágeis ligações inicias. Arrebatador, muito mais do que te tenhas apercebido, muito mais do que eu desejasse. Sem mais, nem aviso. Como um furacão. Mudaste a paisagem à tua volta, criaste um novo mundo, obrigaste a novos desenhos futuros. Arrebatadoramente, muito mais do que imaginas, muito mais do que sonhei. Sem mais, nem aviso. Como um furacão. Foste crescendo de intensidade, criando a ilusão de que nada mais haveria no mundo. Irracionalmente, muito mais do que o entendimento possa explicar ou queira explicar.
Sem mais, nem aviso, alterado que estava o mundo, desapareceste. Como um furacão. Tão rápido e fugaz como surgiu. Capaz de em pouco tempo nos fazer sentir pequeninhos, vulneráveis, frágeis. Sem mais, nem aviso. Como um furacão. Ficou o silêncio ensurdecedor que segue a tempestade. Esse silêncio estúpido com que olhamos o mundo devastado, sob um céu limpo e brilhante. Sem mais, nem aviso. Como um furacão. Ficou o caos que agora contemplo, de lágrimas nos olhos, sentado a olhar para o que sobrou, tentando ignorar o estupido silêncio da bonança. Tentando criar algum ruído que me permita sobreviver. Sem mais, nem aviso. Como um furacão. Procuro agora a esperança também irracional de achar que o improvável acontece. De querer crer, com muita força, que há milagres que acontecem, que há magia possível, que este silêncio vai ser interrompido com estrondo. Sem mais, nem aviso. Como um furacão. Procuro agarrar-me ao que sinto, a única forma de ainda te sentir perto. Como te quero sentir perto.

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