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segunda-feira, 10 de março de 2008

Debaixo da chuva

Nova semana. Dia cinzento de chuva. Sinto o aconchego que só estes dias me dão. Se não fosse por me saber insignificante, diria que hoje chove para mim. Ouço a água nas caleiras, vejo rios por ruas alagadas e neles, diluídos, gritos de silêncio e vazio. Lava-se a alma, clareia o espírito, secam as lágrimas.
Recordo o quarteto da capicua e uma das suas músicas esquecidas, combinação perfeita de simplicidade e mansidão em mais um dia de banal tranquilidade. Como sabe bem depois da erma exaustão dos últimos dias.
Para sorrir um pouco, só me falta mesmo sair e andar à chuva. Sentir a roupa molhada no corpo e gritar alto o que cala o coração. Sentir a liberdade do desapego e novamente, caminhar sem esperar que, num qualquer momento, me toques no ombro e sorrias para mim. Tropeçarei ainda algumas vezes, mas agora rir-me-ei de mim e para o mundo. Assim espero.

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